Última actualização: 2025-01-17
A Associação Industrial de Moçambique (AIMO) diz que a vandalização das indústrias ou fábricas no âmbito da tensão pós-eleitoral compromete investimentos futuros para o sector e, sobretudo, a cadeia de fornecimento de bens essenciais à população e a sobrevivência de milhares de famílias, que dependem dessas indústrias.
Parte da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a AIMO explica que a perda de confiança pelos investidores nacionais e internacionais representa um enorme risco, para o custo de vida dos moçambicanos, o que pode agravar ainda mais a situação de desemprego. A Associação entende ainda que a destruição do património industrial compromete as suas acções no desenvolvimento industrial e o seu compromisso no crescimento económico, para o bem-estar actual e futuro dos moçambicanos.
“Os processos de industrialização permitem a criação das melhores condições de vida das populações, tanto através da geração de emprego, como através da urbanização, com a criação das infra-estruturas necessárias para o funcionamento da indústria, como a estrada, a energia eléctrica, a água, as comunicações, o transporte, os centros de formação, os mercados, os hospitais, residências, etc.”, afirma o Presidente da AIMO, Rogério Samo Gudo, citado em comunicado.
Na nota, a AIMO expressa a sua total solidariedade às empresas, sejam elas membros ou não, que foram vítimas de actos de vandalismo. Reconhece os impactos profundos da vandalização na continuidade das operações de produção, no bem-estar dos seus colaboradores, bem como no desenvolvimento do tecido industrial. Solidariza-se também com as famílias que viram os seus membros morrer nas manifestações.
Contudo, a AIMO não detalha o impacto das manifestações no tecido industrial, nomeadamente, o número das indústrias ou fábricas afectadas, o grau de vandalização e o actual estágio após a destruição. No comunicado não constam também os prejuízos acumulados pela vandalização e saque de bens. Contudo, em contacto com “Carta” o vice-presidente da AIMO, Mubarak Abdulrazak explicou que a Associação continua a recolher as informações em coordenação com a CTA, para posterior publicação.
Ainda assim, a Associação reafirma o seu compromisso de trabalhar em conjunto, para encontrar a melhor forma de mitigar os danos sofridos e apoiar na reconstrução das unidades indústrias afectadas. Reitera que o sector industrial é um dos pilares do desenvolvimento sócio-económico do país, e apela para que seja protegido e preservado como instrumento de desenvolvimento e prosperidade nacional.
A AIMO apela a todos os moçambicanos, para que se abstenham de actos de violência e optem pelo diálogo e por meios pacíficos para resolver quaisquer divergências. Apela também ao novo Governo à criação do programa de reabilitação e recuperação industrial, como forma de resgatar rapidamente a confiança do empresariado e o restabelecimento dos postos de trabalho, para reduzir a deterioração do tecido social.